novembro 22, 2006

Xiiiiiiiiiii, tss tss....assim não pode ser!!

Tudo aconteceu na quinta do tio Manel em mil nove e catorze quando Manel era jovem, lindo e ainda não era tio.
Manel acordou às 5h30, como sempre, na alegria da manhã e com o nascer do sol! Bateu no peito, qual gorila enraivecido, e deu dois sopapos na mulher, só para aquecer. Levantou-se dando 10 saltos de canguru e 20 passinhos a bebé até à casa de banho, e foi, como sempre, apanhado pela mulher que o ultrapassou como um furacão tirando-lhe o lugar na sanita! Ele, aflito, para distrair a bexiga, dançou o malhão malhão na perfeição até a mulher sair, que obviamente levou dois bofetadões e foi tratar do comer.
Fêmea é fêmea!! Disse ele enquanto se vestia..
Manel saiu de casa olhou para o horizonte, inspirou bem fundo e desmaiou. Levantou-se, sacudiu as calças e seguiu porque a vida não ta para mariquices!
Foi ter com a vaca levou um coice, escorregou na lama do porco, deixou cair os ovos todos no chão, para não falar na perseguição policial dos gansos que lhe queriam ferrar a perna.........
Eis se não quando........
Vê a ovelha sair disparada do curral pelo monte acima, os olhos esbugalhados e a cantar fininho....tinha nascido a sua bezerra!! Manel correu para a ver desvairado, batia com os calcanhares no rabo, até as bochechas tremiam!!Manel parou e entoou AHHHHHH!!!Lembrou-se não tinha cuecas (o malhão é tramado). Continou e lá estava ela no quentinho...
Uma bezerra com a lã do avesso, costuras de lado, a etiqueta de fora e o rabo para a frente...nasceu a bezerra Fashion, tornou se moda e até a vaca andava com as tetas às costas o que dificultava o trabalho ao Manel. Nunca mais a quinta foi aquele sossego, o porco passou a usar a lama para tratar a pele, espalhando-a cuidadosamente na pele, adicionando lhe pétalas de flores para dar aquele toque aveludado...
Enfim, nem a quinta do tio Manel se safa....já não é o que era!!
Modernices...
Mariquices!!!

novembro 08, 2006

Sobrevivência ingrata

Um dia, no meio da floresta verde, passeava mole e pegajoso, sem pressas deixando um rasto para saber o caminho de volta. De folha em folha, arrastando a sua casa sujeito a uma pisadela ou a um trágico final. Solitário e viajante nunca pára, só quando chove. Esconde - se na sua casa e ali fica até o frio e a chuva passar. Tem corninhos moles, e há quem diga que são eles os seus olhinhos.
Há quem os coma...há quem os desaloje para se apoderar da casa e dela fazer uma vela...há quem os esborrache, só pelo gozo de ouvir o barulho...ele não se defende...tanta coisa que se pode fazer com um animal tão sossegadinho que só quer seguir a sua vida, comer e dormir, não ladra, nem morde, também nao cheira mal, apenas existe, tem corninhos como olhos atentos que vêm tudo à volta, e a casa às costas!
Experimentem ser como o caracol um dia só...não é fácil!!...
Há que ser mais como a joaninha que pelo menos tem asinhas para voar quando há perigo, é linda, sempre na moda, mais rija, dá sorte quando aparece, e chuva quando a matam!!
Escolham...